29 de abril de 2010

COLUNA DO JÚLIO CESAR MARTINS

21 de Abril - A Inconfidência Mineira está dentro da alma dos Mineiros

Fonte: Jornal Leopoldinense
http://www.leopoldinense.com.br/base.asp?area=colunas&id=679


Várias datas se destacam no calendário. 25 de Dezembro, 7 de Setembro, 15 de Novembro, 1º de Maio, 31 de Dezembro e 1º de Janeiro, etc. Há de se potencializar, entretanto, o 21 de Abril, data da fundação da nova e atual capital do Brasil, Brasília - em 1960; em 753 a.C. foi fundada a cidade de Roma, por Rômulo, mas, sobretudo, nesta data pereceu o símbolo da luta pela liberdade, ainda que tardia: o alferes Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes. Em 21 de Abril de 1792, Tiradentes foi enforcado no Largo da Lampadosa, na cidade do Rio de Janeiro, transformando-se no mártir da Inconfidência Mineira, movimento que foi uma tentativa de revolta, de natureza separatista, abortada pela Coroa portuguesa em 1789, na então capitania de Minas Gerais, no Estado do Brasil. A "conjuração" pretendia eliminar a dominação portuguesa das Minas Gerais e estabelecendo ali um pais livre. Não havia a intenção de libertar toda a colônia brasileira, pois naquele momento uma identidade nacional ainda não havia se formado, mas não há como negar que na Inconfidência Mineira está o embrião da Independência do Brasil, consolidada 33 anos depois, no dia 7 de Setembro de 1822. A forma de governo escolhida pelos inconfidentes foi o estabelecimento de uma República, inspirada pelas idéias iluministas da França e da recente independência norte-americana. Joaquim Silvério dos Reis denunciou o movimento para obter perdão de suas dívidas com a Coroa. Baseado na traição de Silvério, o Visconde de Barbacena mandou abrir em junho de 1789 a sua Devassa. Os líderes do movimento foram detidos e enviados para o Rio de Janeiro onde responderam pelo crime de lesa-majestde, materializado em inconfidência (falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Durante o inquérito judicial, todos os acusados negaram a sua participação no movimento, menos o alferes Joaquim José da Silva Xavier, que assumiu a responsabilidade de chefia do movimento. Em 18 de Abril de 1792 foi lida a sentença no Rio de Janeiro. Doze dos inconfidentes foram condenados à morte. Mas, em audiência no dia seguinte, foi lido decreto de D. Maria I pelo qual todos, à exceção de Tiradentes, tiveram a pena comutada para degredo em colônias portuguesas na África. A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes de então, foi adotada pelo estado de Minas Gerais. Sempre associei a Inconfidência Mineira ao movimento político idealizado por um dos mais importantes homens públicos do Brasil contemporâneo: CELSO BRANT, fundador do PMN - Partido da Mobilização Nacional, a quem tive o prazer de conhecer em Belo Horizonte, quando ele exercia o mandato de vereador da capital. Neste dia 21 de Abril, sendo eu presidente do PMN em Leopoldina, permito-me exaltar a ambos: Tiradentes, símbolo da liberdade, das mais altas e caras tradições do povo mineiro, um mártir; e Celso Brant, um dos homens mais dignos na política brasileira, que potencializou a Inconfidência Mineira e o sacrifício de Tiradentes, transportando este movimento até nossos dias através de sua obra literária e política. Candidato a Presidente da República em 1989 pelo seu Partido, autor de incontáveis obras literárias, Secretário do Trabalho, da Assistência Social, da Criança e do Adolescente durante o governo Itamar em Minas Gerais, fundador do movimento "Nova Inconfidência", Celso Brant faleceu em 2004, partindo cheio de projetos para desenvolvimento e melhor qualidade de vida para os brasileiros. Celso Brant foi secretário particular do Governador Clóvis Salgado e seu chefe de gabinete no Ministério da Educação, e daí minha crescente admiração, afinal, Clóvis Salgado era um leopoldinense, assim como eu. Ministro da Educação no Governo de Juscelino Kubitscheck, Brant foi eleito Deputado Federal em 1956 e 1960, sendo cassado pela Ditadura Militar em 1964, pelo Ato Institucional nº 1. Em sua obra "A Revolução Brasileira", o professor Celso Brant rompeu a "lei do silêncio" imposta a Tiradentes pela Coroa portuguesa, pelos ingleses que se lhe seguiram na dominação e pelos americanos que substituíram os antecessores a partir de 1930. Uma análise da história de grandes homens que pretenderam emancipar o Brasil no decorrer destes dois séculos de silêncio que imobilizaram o Povo e negaram-lhe o direito de ser o protagonista de sua própria História. O 21 de Abril, para todos os mineiros, tem uma emoção indescritível. Em minhas conversas pelas cidades de Minas, percebo que a Inconfidência Mineira, longe de ter sido sufocada, está mais viva do que antes dentro da alma dos mineiros. Esta é uma luta que para sempre deve ser lembrada e reverenciada. Se antes éramos subjugados pela Coroa Portuguesa, hoje, devemos resisitr às tentativas de domínio que se lançam sobre nós. O povo mineiro exige respeito, independência e igualdade de condições no momento da distribuição de riquezas por parte dos representantes do Poder Público, estadual e federal, que aproveitam para saquear nossas maiores riquezas adquiridas através do sacrifício de brasileiros como Tiradentes: a democracia, a liberdade, o voto. Viva Tiradentes! Salve a Inconfidência Mineira! E hoje, mais do que nunca, LIBERDADE AINDA QUE TARDIA!

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Júlio Cesar Martins Gonçalves é natural de Leopoldina / MG. Radialista, Jornalista, Mestre de Cerimônias, Professor e Historiador graduado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cataguases / MG. Atuou nas principais emissoras de Rádio da Zona da Mata e nas Rádios Mundial AM e Globo FM do Rio de Janeiro (1982), ambas do Sistema Globo de Rádio. Foi locutor comercial e de cabine da TV Globo Juiz de Fora (1989). Apresentador de grandes eventos em Leopoldina e região nos últimos trinta anos. Exerceu o cargo de Chefe da Seção de Imprensa da Prefeitura de Leopoldina no primeiro mandato do Prefeito José Roberto de Oliveira. Ex-assessor na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, ao lado dos deputados estaduais Bené Guedes e Bráulio Braz. Ex-assessor da Câmara Municipal de Leopoldina, na gestão do Presidente Ricardo Ávila. Após a criação da Secretaria de Meio Ambiente pelo Prefeito Bené Guedes foi nomeado Secretário de Meio Ambiente de Leopoldina (2009) alcançando grandes conquistas e avanços para o município. Ex-Presidente da Conselho Municipal de Meio Ambiente. Ex-Presidente da Lira Musical Primeiro de Maio. Membro do Rotary Club Leopoldina. Presidente do PMN - Partido da Mobilização Nacional - Leopoldina. Candidatou-se a deputado federal nas últimas eleições de 2010, apoiando incondicionalmente o Governador Antônio Anastasia, reeleito, além dos candidatos Aécio Neves e Itamar Franco, ao Senado, ambos vitoriosos. Obteve 6.135 votos em Leopoldina (22,19 do eleitorado), de um total de 7.092 votos obtidos em 91 municípios mineiros. Incluiu Leopoldina entre as três maiores votações percentuais do PMN em Minas Gerais. É o 5º Suplente da legenda para a Câmara dos Deputados. Em Novembro de 2010, após as eleições, retomou suas atividades profissionais na Imprensa, fundando o Jornal Inconfidência - publicação quinzenal, em cores e preto e branco, cobrindo Leopoldina e região. Clique aqui para me enviar um e-mail, ou escreva para: juliodaradio@gmail.com.


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