27 de dezembro de 2009

COLUNA DO JÚLIO NO JORNAL LEOPOLDINENSE

LEOPOLDINA ESTÁ NO FIM DA FILA

FONTE: JORNAL LEOPOLDINENSE - COLUNA DO JÚLIO
Julio César Martins Gonçalves



Julio César Martins Gonçalves

Lamentavelmente, sou forçado a levantar a voz contra o descaso com que Leopoldina vem sendo tratada pelos representantes eleitos pelo povo. Os leitores e leitoras entenderão esta manifestação. Uma Leopoldina que foi referência nacional na Educação através do Ginásio Leopoldinense. Uma Leopoldina que na política nacional foi representada por figuras como Ribeiro Junqueira, Carlos Luz, Clóvis Salgado e Ormeo Botelho. Restringirei a análise política deste artigo à esfera federal, mas devo registrar que no âmbito estadual não poderia deixar de mencionar quatro legislaturas exercidas pelo atual prefeito Bené Guedes, que trabalhou em nome dos interesses de Minas Gerais, entretanto, colocando Leopoldina em primeiro lugar, tal qual pregamos diuturnamente em nossos posicionamentos.

Ribeiro Junqueira - (José Monteiro Ribeiro Junqueira) foi Secretário de Viação e Obras Públicas do Governo Olegário Maciel, Deputado Estadual de 1895 a 1900, Deputado Federal de 1903 a 1930, Constituinte de 1933 a 1934 e Senador de 1935 a 1937.


Clóvis Salgado - Filiou-se ao Partido Republicano Mineiro (PRM), pelo qual candidatou-se às eleições para a Assembléia Nacional Constituinte realizadas em maio de 1933, obtendo uma suplência. Em 1950 elegeu-se vice-governador do estado de Minas Gerais na legenda do Partido Republicano (PR), em chapa com Juscelino Kubitschek, eleito governador. Antes de completar seu mandato JK resolveu candidatar-se à presidência da República. Para isso, a Constituição impunha-lhe que renunciasse ao governo dez meses antes do término de seu mandato, entregando-o ao vice-governador Clóvis Salgado. Em março de 1955, Clóvis Salgado assumiu o governo de Minas Gerais, tendo Juscelino Kubitschek lançado sua candidatura à presidência da República. Em maio de 1955 o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) mineiro rompeu oficialmente com o governo de Clóvis Salgado, depois que o PR se recusou a apoiar a candidatura de João Goulart à vice-presidente na chapa de Juscelino. Em 1956, quando Juscelino Kubitschek assumiu a presidência, Clóvis Salgado tomou posse como ministro da Educação e Cultura. Em julho de 1960 Clóvis Salgado deixou o ministério, desincompatibilizando-se para disputar as eleições de outubro seguinte, quando Jânio Quadros foi eleito presidente da República. Nesse mesmo pleito voltou a eleger-se como vice-governador do estado de Minas Gerais na legenda do PR. Depois de eleito, reassumiu, ainda em outubro, o Ministério da Educação e Cultura, permanecendo no posto até o final do governo Kubitschek, em janeiro de 1961. Entre 1964 e 1968 foi membro do Conselho Federal de Educação. Em abril de 1967, assumiu a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, afastando-se do cargo em março de 1971. Em 1973, assumiu a direção da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cargo que exerceu até 1976.


Carlos Coimbra da Luz - Secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas de Minas Gerais; Secretário do Interior de Minas Gerais em 1935; Líder da Maioria, em 1937; Comandante da Força Pública; Ministro da Justiça, 1946-1947; Presidente da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro em 1939; Ministro da Justiça e Negócios Interiores, no Governo do General Eurico Dutra, 1946; Embaixador Especial na Argentina; Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro de 1951 a 1957; Deputado Federal nas seguintes legislaturas: 1935-1937, 1946-1951, 1951-1955 (Presidente da Câmara dos Deputados de 03 de fevereiro a 08 de novembro de 1955) ocasião em que se licenciou do mandato de Deputado Federal para assumir o cargo de Presidente da República, de 19 a 29 de abril de 1955; prosseguiu como Deputado Federal de 1955-1959 e de 1959 até seu falecimento em 1961.


Ormeo Junqueira Botelho - Foi eleito deputado federal em 1962, o décimo quarto mais votado pela UDN.


Após esta fase, atravessamos as décadas de 70, 80, 90 e adentramos no século XXI, onde estamos fechando sua primeira década, sem ocupar a cadeira na Câmara Federal que, pela tradição e pela necessidade, Leopoldina merece. Se a população leopoldinense fará por merecer novamente esta cadeira no Congresso Nacional é outra história, mas tenho confiança que sim.

Estamos diante de informações transparentes, públicas, que inevitavelmente nos conduzem a comparações. Hoje Leopoldina é o município "primo pobre" da região. Enquanto Muriaé, por exemplo, prepara-se para receber 103,7 milhões do PAC para o ano que se aproxima (conforme divulgado pelo portal leopoldinense on-line) Leopoldina não conta com a mesma sorte.

Se não bastasse o fato de não estarmos incluídos vigorosamente no PAC, o orçamento previsto para Leopoldina em 2010 é da ordem de 45 milhões de reais, enquanto Muriaé anuncia um orçamento de 177 milhões.

Cataguases prevê uma receita de 73 milhões 629 mil 699 reais, quase 10% a mais que os 67 milhões 645 mil 804 reais estimados para 2009.

A cidade de Ubá trabalha com a previsão de aproximadamente 122 milhões de Reais. Por falar em Ubá, conhecida como pólo moveleiro de Minas Gerais, um fato curioso chama a atenção de todos nós, leopoldinenses, sabedores da carência de empregos em nossa cidade: “Em Ubá sobram duas mil vagas de emprego no setor. As máquinas estão paradas em pleno mês de Dezembro, época de mais trabalho. As 350 empresas do pólo moveleiro de Ubá têm que dar conta do recado para entregar as encomendas de fim de ano. Pouco tempo depois da redução do IPI o crescimento nas vendas já chegou a 15%. Mas esse aumento está ameaçado. É que falta mão-de-obra em Ubá. Para atender a necessidade das indústrias a cidade necessita de pelo menos dois mil novos trabalhadores. A dificuldade é encontrá-los no mercado. E não estamos falando de gente qualificada. O SINE da cidade informou que a maioria das vagas oferecidas não tem pré-requisito nem escolaridade mínima, mas os trabalhadores não aparecem. Em Ubá - Cidade-Carinho, são os técnicos que ligam para os possíveis candidatos oferecendo empregos. Para quem nada entende de móveis a cidade oferece até treinamento, de graça, na marcenaria do SENAI. Garantia de emprego certo. Em uma das empresas da cidade os pedidos não param de chegar e por conta da demanda a direção queria implantar um segundo turno de trabalho. Sem gente pra ocupar as vagas o projeto não foi concretizado. Com falta de mão-de-obra qualificada o mercado ficou aquecido, a concorrência aumentou e quem é especializado passou a ser disputado. O pintor de móveis, Tiago Botelho, trabalha na linha de produção. Ele trocou de empresa por conta do salário, que quase dobrou. E até quem normalmente tem poucas chances no mercado ganhou vez. Cinqüenta detentos da região conseguiram emprego na indústria de móveis com carteira assinada." Estas informações estão na página do Portal Click, publicadas no último dia 11 de dezembro.

Pesquisas e enquetes feitas em Leopoldina revelam que a maior preocupação por aqui é o desemprego. Se os leopoldinenses resolverem tentar a sorte em Ubá, aí é que a população de Leopoldina se reduzirá ainda mais. Vai ver foi por isso que nos últimos anos caímos tanto em número de habitantes. Sem oportunidade de emprego, muitas e muitas pessoas tiveram que tentar a sorte em outro lugar.

Busquemos mais um exemplo dentro da nossa região: em Manhuaçu, o orçamento para o ano de 2010, com valor previsto anteriormente em R$ 87.008.000,00, teve valor elevado para R$ 91.132.800,00, em razão de Emenda Substitutiva que trata de convênio com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal – viabilizado pela Caixa Econômica Federal – adicionando aproximadamente Quatro milhões de Reais no Orçamento do Município.

Prosseguindo a análise dos orçamentos de municípios próximos a Leopoldina para 2010, não poderíamos esquecer de Juiz de Fora: Um BILHÃO 030 milhões 528 mil 187 Reais.


Confira os valores acima mencionados.


Cada qual analisa o tema de acordo com seu ângulo de visão. Estou absolutamente convencido de que a "lanterna" neste ranking permanecerá com Leopoldina enquanto não aceitarmos o fato de que é preciso eleger os nossos representantes parlamentares, ou seja, votar em quem está comprometido na defesa dos interesses de Leopoldina. Quero ser mais claro ainda: Acredito que os homens públicos eleitos com votos de Leopoldina possam estar comprometidos com nosso município... ATÉ CERTO PONTO! Desde que este comprometimento venha DEPOIS do atendimento dos interesses das suas cidades-base; e não precisamos aqui declinar nomes, basta ver a tabelinha acima.

Enquanto isso: A Casa de Caridade Leopoldinense anuncia que vai fechar o Pronto Socorro, por questões financeiras. O saneamento dos nossos quatro córregos (Feijão Cru, Jacareacanga, Três Cruzes e Quinta Residência) está orçado em aproximadamente 26 milhões de Reais, uma obra necessária, que dificilmente acontecerá sem o apoio do Governo Federal.

Ora, se Muriaé que possui um orçamento estimado em 177 milhões de Reais vai receber recursos do PAC na ordem de 103,7 milhões de Reais, por que Leopoldina, com uma peça orçamentária tão pequena se comparada às demais, não poderia receber estes 26 milhões de Reais do Governo Federal? Não tenho nada contra Muriaé ou qualquer outro município, mas estamos defendendo aqui a cidade de Leopoldina, abandonada pelos políticos. Podem até questionar de mim esta afirmação, pois alguns deles trazem verbas, mas são verbas muito pequenas se comparadas à nossa necessidade e se comparadas ao volume de recursos liberados para outras cidades. Na questão levantada acima, Vinte e seis milhões de Reais é muito pouco se considermos os recursos do PAC destinados à vizinha cidade.

Leopoldina virá sempre depois, se não tiver alguém que a defenda, alguém que lute pelos interesses desta terra.

A história apresenta com orgulho a presença de Leopoldina em suas páginas, e procurei aqui, com dados concisos e objetivos comprovar.

A população haverá de perceber, no momento certo, qual o melhor caminho. Caminho que deverá ser percorrido sem pára-quedistas, sem salvadores-da-pátria, sem oportunistas, pois ao longo das últimas décadas estes personagens já se tornaram figurinhas fáceis junto à população, porque sempre chegam às vésperas de uma eleição. O resultado todos conhecem: Estamos no fim da fila.


* Professor e Historiador graduado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cataguases.

Presidente do PMN – Partido da Mobilização Nacional, em Leopoldina.

Secretário Municipal de Meio Ambiente de Leopoldina.



Referências:

Prefeitura de Juiz de fora http://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=21943.

Manhuaçu.com http://www.manhuacu.com/new/content/view/5168/1/

Jornal O Noticiário - Ano VIII, Edição 449, de 18 a 24 de Dezembro de 2009

Jornal Cataguases - 103 anos - Número 3.073

Jornal de Muriaé online - Edição de 19 de Dezembro de 2009

Senado Federal

Câmara dos Deputados

Wikipédia

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Júlio Cesar Martins Gonçalves é natural de Leopoldina / MG. Radialista, Jornalista, Mestre de Cerimônias, Professor e Historiador graduado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cataguases / MG. Atuou nas principais emissoras de Rádio da Zona da Mata e nas Rádios Mundial AM e Globo FM do Rio de Janeiro (1982), ambas do Sistema Globo de Rádio. Foi locutor comercial e de cabine da TV Globo Juiz de Fora (1989). Apresentador de grandes eventos em Leopoldina e região nos últimos trinta anos. Exerceu o cargo de Chefe da Seção de Imprensa da Prefeitura de Leopoldina no primeiro mandato do Prefeito José Roberto de Oliveira. Ex-assessor na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, ao lado dos deputados estaduais Bené Guedes e Bráulio Braz. Ex-assessor da Câmara Municipal de Leopoldina, na gestão do Presidente Ricardo Ávila. Após a criação da Secretaria de Meio Ambiente pelo Prefeito Bené Guedes foi nomeado Secretário de Meio Ambiente de Leopoldina (2009) alcançando grandes conquistas e avanços para o município. Ex-Presidente da Conselho Municipal de Meio Ambiente. Ex-Presidente da Lira Musical Primeiro de Maio. Membro do Rotary Club Leopoldina. Presidente do PMN - Partido da Mobilização Nacional - Leopoldina. Candidatou-se a deputado federal nas últimas eleições de 2010, apoiando incondicionalmente o Governador Antônio Anastasia, reeleito, além dos candidatos Aécio Neves e Itamar Franco, ao Senado, ambos vitoriosos. Obteve 6.135 votos em Leopoldina (22,19 do eleitorado), de um total de 7.092 votos obtidos em 91 municípios mineiros. Incluiu Leopoldina entre as três maiores votações percentuais do PMN em Minas Gerais. É o 5º Suplente da legenda para a Câmara dos Deputados. Em Novembro de 2010, após as eleições, retomou suas atividades profissionais na Imprensa, fundando o Jornal Inconfidência - publicação quinzenal, em cores e preto e branco, cobrindo Leopoldina e região. Clique aqui para me enviar um e-mail, ou escreva para: juliodaradio@gmail.com.


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