6 de março de 2011
Três anos sem o "mestre" Haroldo de Andrade Nasci em 1965. Cresci ouvindo a Rádio Globo e nela Haroldo de Andrade, dentre vários grandes radialistas (Valdir Vieira, Gilberto Lima, Edmo Zarif, Humberto Campos, Roberto Figueiredo, Isaac Zaltman, Valdir Amaral e Jorge Cury, Luciano Alves, Adelzon Alves, Paulo Giovani, Glauco Fasheber, e outros tantos locutores a quem admirava e admiro). Haroldo era, sem dúvida, o maior, aquele que conseguia reunir das 9 às 12 horas uma audiência superior à obtida por todas as outras emissoras do Rio de Janeiro, somadas. Muitos profissionais do Rádio influenciaram minha opção pelo Rádio. Gostaria de mencionar Humberto Carmpos, que apresentava o Vôo Livre, o Toca-Toca Mundial e o Ritmos de boite - todos pela Rádio Mundial AM - RJ, que era a "mania" da época. Refiro-me ao final dos anos 70/começo dos anos 80. Quanta saudade. Parece que foi ontem que Haroldo se foi. Na tarde de última terça-feira, primeiro de março foi celebrada na Igreja N. S. da Glória, a do Largo do Machado, no Rio de Janeiro, a missa pelo terceiro aniversário de morte do grande Haroldo de Andrade. Ético, envolvente, transmitia credibilidade a cada palavra. Costumo dizer que minha ultra rápida passagem pelo Sistema Globo de Rádio em 1982, quando atuei nas Rádios Mundial AM e Globo FM, tendo a oportunidade de fazer algumas gravações para a Globo AM, está vinculada à figura de Haroldo de Andrade. E explico. Naquela ocasião, ele e o Carlos Antônio (hoje na Globo - Belo Horizonte), filho do comunicador Antônio Carlos deixaram a Globo e a Mundial, respectivamente, e foram para a Rádio Bandeirantes, numa tentativa do Grupo Bandeirantes de investir no Rádio carioca. Com a vaga deixada por Carlos Antônio, assumi alguns horários na Mundial AM. Lembro-me de ouvir, na sala do saudoso diretor de programação Jaime Azulay, a estréia da programação da Bandeirantes AM, no horário do Paulo Lopes (mineiro de Juiz de Fora) que deixara a Rádio Tupi, levado pela BAND para se somar à seleção que montaram naquela ocasião. Enfim, este é apenas um registro histórico para homenagear o "mestre" de todos os radialistas, por várias gerações: Haroldo de Andrade. O Haroldo de Andrade do "Bom Dia", da sua "Hora Certa", dos "Debates Populares" e de tantas outras atrações, levadas ao ar com sua voz inconfundível. Quem não ouviu, perdeu. Trajetória Pela contribuição dada por Haroldo de Andrade ao Rádio, é justo escrever mais algumas linhas sobre ele. "Nascido no dia 1º de maio de 1934, Haroldo de Andrade Silva começou a trabalhar cedo. Ainda na infância arrumou um emprego como office-boy no comércio, mas sempre que podia seguia até os estúdios do Serviço de Alto-Falantes Iguaçú, na Praça Tiradentes, onde fez amizade com Vicente Mickosz, locutor da praça. Naquela época, tais serviços de alto-falantes anunciavam produtos do comércio local e internacional e devido a seus conhecimentos junto a donos de lojas começou a fazer anúncios dos estabelecimentos no microfone. Foi assim que a boa voz e a dicção muito clara chamaram a atenção do público, fazendo com que ingressasse na Rádio Clube Paranaense, onde passou a atuar como locutor, apresentando o Grande Programa RCA Victor, com repertório de músicas clássicas e líricas. Aos 20 anos de idade, resolveu tentar a sorte como radialista no Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar na antiga Rádio Mauá, cuja freqüência era 1060 AM, onde os mesmos predicados que o celebrizaram do início de carreira logo chamaram a atenção do público carioca, numa época em que o rádio era o veículo mais popular. Grandes emissoras possuíam grandes auditórios, onde havia espaço para o público assistir às irradiações, mas na Rádio Mauá a platéia não existia e logo Haroldo criou uma maneira diferente de permitir a participação do público nas transmissões. Foi quando lançou o programa Musifone, em que os ouvintes podiam telefonar para o radialista e pedir músicas, participar de pequenos jogos e concorrer a prêmios. Com isso, Haroldo inaugurou a interatividade no rádio brasileiro. A atração era um sucesso e alcançou o primeiro lugar na audiência e com o sucesso, Haroldo chamou a atenção de emissoras maiores, como a Rádio Globo que o contratou em 1961. Nessa época Haroldo passou a comandar um programa matinal que levava seu nome, o Programa Haroldo de Andrade, com intensa participação dos ouvintes. O grande momento do programa era a mesa de debates, com nomes importantes de diversos campos debatendo o noticiário: os ‘’Debates Populares’’, cujo formato passou a ser copiado por todas as emissoras do Brasil. Nos anos 70, mesmo durante a vigência do Regime Militar, Haroldo comandou os Debates Populares com inteira liberdade e sucesso, recebendo pessoas dos mais diversos matizes ideológicos, conquistando liderança absoluta de audiência por mais de 30 anos consecutivos. Isso fez com que o “Programa Haroldo de Andrade” recebesse o prêmio de "Melhor Programa Radiofônico da América Latina" em 1977, no 10º Fórum Internacional de Programação de Rádio. No mesmo ano, a revista norte-americana Billboard apontou Haroldo de Andrade como a Maior Personalidade no Ar. Com o sucesso Haroldo foi convidado a trabalhar na televisão onde comandou atrações nas emissoras TV Excelsior, TV Tupy Guarani e na TV Globo, mas a velha paixão pelo rádio logo o reconquistaria e Haroldo voltaria a se dedicar com exclusividade ao veículo. Seu público majoritário era composto por donas de casa, aposentados, motoristas de táxi e estudantes. Sua popularidade gerou reações curiosas, como a de uma ouvinte que diariamente esperava o apresentador na porta da Rádio Globo vestida de noiva, pronta para casar com o ídolo. Na mesma entrada da emissora, diariamente, dezenas de fãs e aspirantes à carreira artística também costumavam abordá-lo, em busca de um autógrafo, uma palavra de carinho ou uma chance de divulgação. Foi assim que Haroldo foi responsável pelo lançamento das carreiras de vários artistas hoje consagrados. O sucesso e a liderança de Haroldo de Andrade na Rádio Globo permaneceram inalterados ao longo de mais de quatro décadas, apesar de uma curta passagem pela Rádio Bandeirantes entre 1982 e 1983. No final da década de 1990 reformulações no rádio começaram a afetar a posição de Haroldo na preferência popular. A direção do Sistema Globo de Rádio resolveu nacionalizar a programação e embora Haroldo tivesse ouvintes em outros estados, ele já era completamente identificado com o público carioca e fluminense e resistiu à idéia de dirigir-se aos públicos de outras localidades. Com isso, a Rádio Globo acabou por demiti-lo em julho de 2002, num episódio doloroso para o velho apresentador. Incomodado com o fato de apenas administrar a sua empresa de marketing, Haroldo não se conformou com o fim de seu trabalho. Conversou com algumas outras emissoras, mas não entrou em acordo com nenhuma. Foi quando decidiu abrir a sua própria emissora, a Rádio Haroldo de Andrade, onde reuniu outros comunicadores de sua geração afastados das grandes emissoras, chegando ao terceiro lugar geral em audiência entre as rádios AM. Aos poucos, dificuldades técnicas e falta de recursos de propaganda foram derrubando a audiência. A saída repentina da comunicadora Cidinha Campos, sem explicações, também atrapalhou o crescimento da emissora. A partir de 2007, problemas de saúde obrigaram Haroldo a se afastar dos microfones. Sofrendo de diabetes há alguns anos, ele passou a sofrer com problemas cardíacos e renais. Após um breve retorno, a necessidade da colocação de um marcapasso em 2007 e a dependência do tratamento de diálise retiraram novamente Haroldo dos microfones. Em janeiro de 2008, após um tombo em sua casa, Haroldo novamente voltou ao hospital, onde foi constatada uma gangrena em sua perna que acabou por ser amputada. A fragilidade do paciente levou a equipe médica que o atendia a colocá-lo em coma induzido, de onde não mais sairia. Haroldo de Andrade faleceu às 15 horas do dia 1º de março de 2008, vítima de falência múltipla dos órgãos. Sua morte foi notícia em todos os veículos de comunicação do país e ao seu funeral compareceram mais de quinhentas pessoas, entre ouvintes, políticos e artistas. No dia anterior, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia, anunciou que batizaria uma rua da cidade com seu nome, promessa que depois foi cumprida, dando-se o nome de "Largo Haroldo de Andrade" ao antigo Largo da Glória, na Zona Sul do Rio de Janeiro e bem próximo ao edifício-sede do Sistema Globo de Rádio." Fonte: oquevaipelomundo.blogspot.com - Rodrigo Barros Marcadores: Julio Cesar, Três anos sem o "mestre" Haroldo de Andrade
|
BiografiaJúlio Cesar Martins Gonçalves é natural de Leopoldina / MG. Radialista, Jornalista, Mestre de Cerimônias, Professor e Historiador graduado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cataguases / MG. Atuou nas principais emissoras de Rádio da Zona da Mata e nas Rádios Mundial AM e Globo FM do Rio de Janeiro (1982), ambas do Sistema Globo de Rádio. Foi locutor comercial e de cabine da TV Globo Juiz de Fora (1989). Apresentador de grandes eventos em Leopoldina e região nos últimos trinta anos. Exerceu o cargo de Chefe da Seção de Imprensa da Prefeitura de Leopoldina no primeiro mandato do Prefeito José Roberto de Oliveira. Ex-assessor na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, ao lado dos deputados estaduais Bené Guedes e Bráulio Braz. Ex-assessor da Câmara Municipal de Leopoldina, na gestão do Presidente Ricardo Ávila. Após a criação da Secretaria de Meio Ambiente pelo Prefeito Bené Guedes foi nomeado Secretário de Meio Ambiente de Leopoldina (2009) alcançando grandes conquistas e avanços para o município. Ex-Presidente da Conselho Municipal de Meio Ambiente. Ex-Presidente da Lira Musical Primeiro de Maio. Membro do Rotary Club Leopoldina. Presidente do PMN - Partido da Mobilização Nacional - Leopoldina. Candidatou-se a deputado federal nas últimas eleições de 2010, apoiando incondicionalmente o Governador Antônio Anastasia, reeleito, além dos candidatos Aécio Neves e Itamar Franco, ao Senado, ambos vitoriosos. Obteve 6.135 votos em Leopoldina (22,19 do eleitorado), de um total de 7.092 votos obtidos em 91 municípios mineiros. Incluiu Leopoldina entre as três maiores votações percentuais do PMN em Minas Gerais. É o 5º Suplente da legenda para a Câmara dos Deputados. Em Novembro de 2010, após as eleições, retomou suas atividades profissionais na Imprensa, fundando o Jornal Inconfidência - publicação quinzenal, em cores e preto e branco, cobrindo Leopoldina e região.ContatoClique aqui para me enviar um e-mail, ou escreva para: juliodaradio@gmail.com.FotosPostagens anteriores
Curtiu o blog?CréditosContador de visitas |
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial