8 de março de 2011

Mudemos o clima de agitação e reflitamos juntos

Na postagem anterior comentei sobre o texto abaixo, de autoria da professora Virgínia Cabral, colunista do Jornal Inconfidência, historiadora e professora que conquistou um excelente conceito ao longo dos últimos 25 anos atuando na Educação de crianças e jovens.

Resgato, portanto, o compromisso de compartilhar com os leitores e leitoras do Blog esta belissima página, alvo de comentários e estudos, abrindo o debate entre os educadores sobre o papel que eles exercem na formação das nossas crianças.

Comentem, compartilhem.

Agradeço a todos pelo carinho dispensado às nossas postagens, sempre com a intenção de acrescentar algo de positivo em nossas vidas.

Até a próxima.

Com vocês, o artigo de Virgínia Cabral, colunista E-X-C-L-U-S-I-V-A do Jornal Inconfidência.


O abraço que valeu uma Amizade

Virgínia Cabral

Há 25 anos trabalho com crianças e adolescentes. O que sempre me preocupou nestes anos todos é como poderia ter uma relação saudável com eles. Uma relação de amizade, de confiança. Uma relação em que eles percebessem que eu estava ali para compreendê-los, para ajudá-los na difícil tarefa de enfrentar as dificuldades da vida. Já adultos e tendo passado por tantos desafios, muitas vezes nos irritamos com os erros de nossos adolescentes e crianças. É compreensível, já que tudo o que queremos é o bem deles. Esquecemos então de dar oportunidades a eles de errar, de caminhar com suas próprias pernas. Há alguns meses, foi me passada uma frase que mexeu muito comigo. Essa frase dizia assim: “Quando quiser repreender uma criança ou adolescente, abra mais os braços e feche mais a boca”. Fiquei pensando em quantas oportunidades eu perdi de abrir os meus braços e de tantas outras que teria sido melhor ficar calada. Quando uma criança comete um erro chegamos a ela cheios de discursos, de palavras que muitas vezes não fazem o menor sentido para ela naquele momento. Tantas vezes seria necessário apenas abraçá-la e nesse abraço tudo estaria dito. Neste abraço ela perceberia expressões como: “Eu te amo!” ; “Eu sei que você não fez por mal!”; Eu acredito que você poderá fazer melhor da próxima vez!”; “Eu também já errei um dia!”. Acredito que abrindo os braços estaremos correndo menos riscos de fechar as portas para uma relação de amizade com nossos filhos e alunos. Ensinamos a eles quando pequenininhos quanto é importante pedir desculpas, dizer muito obrigado, pedir licença, mas nos esquecemos que nós também falhamos neste aspecto com eles próprios. Um dia, um aluno meu me respondeu mal e eu, muito ofendida, fechei meus braços e abri violentamente minha boca. Horas depois já estava arrependida. Naquele mesmo dia encontrei com ele fora da sala de aula. Ele passou por mim e desviou o olhar. Percebi então que se não agisse naquele momento nunca mais teria aquele adolescente de volta. Chamei por ele e abri meus braços. Antes que eu dissesse alguma coisa ele me abraçou e disse: “Foi mal, Tia!” Eu o abracei com força e pedi desculpas também. Hoje somos grandes amigos. Naquele momento ele percebeu que pode errar, percebeu que os adultos erram também e mais do que isso, percebeu o quanto é importante ser humilde e se desculpar. Depois disso tento ficar mais com minha boca fechada e manter meus braços abertos.

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postado por Júlio Cesar Martins às

1 Comentários:

Anonymous Sabrina disse...

Lindo texto. Realmente emocionante.
Parabéns!!!

14 de março de 2011 às 10:23  

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Júlio Cesar Martins Gonçalves é natural de Leopoldina / MG. Radialista, Jornalista, Mestre de Cerimônias, Professor e Historiador graduado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cataguases / MG. Atuou nas principais emissoras de Rádio da Zona da Mata e nas Rádios Mundial AM e Globo FM do Rio de Janeiro (1982), ambas do Sistema Globo de Rádio. Foi locutor comercial e de cabine da TV Globo Juiz de Fora (1989). Apresentador de grandes eventos em Leopoldina e região nos últimos trinta anos. Exerceu o cargo de Chefe da Seção de Imprensa da Prefeitura de Leopoldina no primeiro mandato do Prefeito José Roberto de Oliveira. Ex-assessor na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, ao lado dos deputados estaduais Bené Guedes e Bráulio Braz. Ex-assessor da Câmara Municipal de Leopoldina, na gestão do Presidente Ricardo Ávila. Após a criação da Secretaria de Meio Ambiente pelo Prefeito Bené Guedes foi nomeado Secretário de Meio Ambiente de Leopoldina (2009) alcançando grandes conquistas e avanços para o município. Ex-Presidente da Conselho Municipal de Meio Ambiente. Ex-Presidente da Lira Musical Primeiro de Maio. Membro do Rotary Club Leopoldina. Presidente do PMN - Partido da Mobilização Nacional - Leopoldina. Candidatou-se a deputado federal nas últimas eleições de 2010, apoiando incondicionalmente o Governador Antônio Anastasia, reeleito, além dos candidatos Aécio Neves e Itamar Franco, ao Senado, ambos vitoriosos. Obteve 6.135 votos em Leopoldina (22,19 do eleitorado), de um total de 7.092 votos obtidos em 91 municípios mineiros. Incluiu Leopoldina entre as três maiores votações percentuais do PMN em Minas Gerais. É o 5º Suplente da legenda para a Câmara dos Deputados. Em Novembro de 2010, após as eleições, retomou suas atividades profissionais na Imprensa, fundando o Jornal Inconfidência - publicação quinzenal, em cores e preto e branco, cobrindo Leopoldina e região. Clique aqui para me enviar um e-mail, ou escreva para: juliodaradio@gmail.com.


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