7 de abril de 2011

Prestes a completar 100 dias do governo Dilma, o senador Aécio Neves ocupou por mais de quatro horas a tribuna do Senado. Aproximadamente trinta minutos foram destinados ao seu pronunciamento, o tempo restante ficou por conta dos apartes. Em tom duro, porém hábil, Aécio Neves foi prestigiado por aliados e adversários, até porque o herdeiro político de Tancredo Neves teve a sabedoria de não ofender, embora tenha colocado o dedo na ferida de governistas, ao mencionar os avanços alcançados pelo país durante o governo FHC, bases da estabilidade econômica desfrutada pelo país e pelos sucessores do governo tucano.

Aécio fez um histórico dos papéis do PT e do PSDB ao longo das últimas décadas, marcando as diferenças, propôs algumas medidas para o Legislativo, afirmando que ele não pode ser um Poder auxiliar do Executivo, e falou sobre a importância do papel da oposição. Ressaltou, neste ponto, que é preciso oposição forte, mas que não se deve confundir adversário com inimigo. Sobre o desafio da oposição, que está fora do poder central do país desde 2003, Aécio afirmou que "a oposição que defendo não é a coligação de partidos contra o Estado ou o país, mas da lucidez da razão Republicana. Ou faremos (oposição) ou continuaremos colecionando sonhos irrealizáveis".

Soou como a marca de que Aécio é mesmo a referência das oposições, e revelou a indisfarçável liderança do mineiro na corrida presidencial que foi deflagrada, subliminarmente, desde a derrota de José Serra.

É cedo? É cedo, mas em política o ritmo é outro. Mexe-se a peça no tabuleiro neste momento, para conquistar os objetivos lá na frente. Aécio saiu consagrado das urnas em Minas Gerais nas três últimas eleições que participou: Sua primeira eleição para o governo de Minas, sua reeleição com índices altíssimos, e agora sua vitória para o Senado, além de ter sido decisivo para a vitória do governador Anastasia.

Recebi mensagem solicitando nosso comentário sobre a sucessão municipal em Leopoldina.
No momento oportuno, estejam certos de que entraremos neste debate. Temos um enorme respeito pelos nossos leitores e pelos desdobramentos que nossas opiniões alcançam a cada postagem.
Como registrei acima, Aécio escolheu a proximidade com os cem dias de governo da presidente Dilma para discursar no Senado. Em Leopoldina, cidade que vive um momento político "instável", é prudente aguardarmos a deflagração de uma nova corrida política.
As lideranças estão conversando, e o objetivo é fazer Leopoldina fortalecer-se.
Fora deste objetivo é puramente interesse pessoal, vaidade que inevitavelmente nos conduzirá a novas decepções. Não é hora de colocar interesses pessoais ou de grupos à frente dos interesses de nossa querida terra.

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